domingo, 7 de setembro de 2008

A herança de Adão

Priscila Azeredo tem 23 anos e já terminou o ensino médio. Entrou no Pro Jovem mais interessada na bolsa de R$ 100, mas terminou se encantando com o projeto Minha Rua Tem História. Esse deslumbramento se manifestou nos prêmios que ganhou na Vila Olímpica, de onde saiu com 10 horas de internet em uma lan house de Jardim Palmares e um MP4. Conquistou-os graças à história “O parque de diversões do meu avô”, na qual fala da árvore plantada em sua homenagem no dia em que nasceu.

Falar de Adão dos Santos Neto, patriarca e alicerce da família, será sempre uma experiência emocionante para Priscila. “Foi ele quem me deu educação”, afirma ela, que ainda não se recuperou de todo da sua morte, há quatro anos. O sentimento de perda só fez aumentar com o falecimento do pai, há quatro meses. A sólida família de que faz parte, cujos membros foram devidamente homenageados com uma árvore no quintal, ficou restrita a ela, à mãe, a uma irmã e, é claro, à filha.

Uma moradora de 23 anos da Rua Otávio Moreira de Melo, não chegou a casar com o pai de sua filha. Mas não foi por isso que ele não assumiu a paternidade da criança. “Temos uma ótima relação”, diz Priscila. E exemplifica: “Eu só pude vir para a Vila Olímpica porque ele ficou com minha filha”.